A Associação Nacional dos Técnicos do Poder Judiciário da União e do Ministério Público da União – ANATECJUS vem a público expressar repúdio à fala da vice-presidente da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público Federal (AMPF), Procuradora Regional Zélia Luiza Pierdoná, durante a 3ª sessão extraordinária do Conselho Superior do Ministério Público Federal.
Durante a manifestação sobre a proposta orçamentária e o pagamento de passivos pelo Ministério Público, nesta quinta-feira (08), a Procuradora defendeu a não reposição dos cargos vagos de Técnicos do MPU, afirmando que “hoje há Técnicos Administrativos ociosos, seja nos gabinetes de membros, seja nas áreas administrativas”.
Zélia Pierdoná questiona a contratação de mais Técnicos e indica que a reposição dos que se aposentaram ou deixaram o cargo “pode ser feita com o aperfeiçoamento de processo de trabalho dos sistemas, inclusive com o uso de Inteligência Artificial”.
Neste mesmo sentido, a Procuradora Regional supõe a substituição dos Técnicos de Segurança Institucional. A vice-presidente da AMPF ainda supõe que Analistas são mais necessários do que Técnicos, defendendo que seja “priorizada a contratação de Analistas, notadamente na área de direito, e o pagamento dos direitos e passivos aos membros aos quais me referi a pouco”.
A ANATECJUS, como legítima representante dos Técnicos do MPU, rechaça tal manifestação e lamenta tamanha desinformação por parte de uma Procuradora Regional do MPF.
Está claro que o discurso foi em defesa ao rateio orçamentário para as despesas de pessoal e a preocupação com passivos da categoria que a Procuradora representa. Mas é inadmissível que uma integrante do Ministério Público Federal afirme que existam Técnicos ociosos, em clara ofensa à gestão de pessoal do MPU e a toda uma categoria que, sabidamente, não atua apenas na área meio. Em especial, após a mudança de exigência de investidura do cargo para Nível Superior, que possibilita a criação de quaisquer outras especialidades necessárias à gestão do Ministério Público da União.
Ademais, lamentamos esse desprestígio com a área meio, ocupada também por servidores Analistas, sendo a área responsável por conduzir as entidades do MPU a seu melhor desempenho, com o aperfeiçoamento da gestão estratégica, financeira, orçamentária e de recursos humanos e materiais, com trabalho altamente qualificado, consubstanciado por atividades complexas realizada pelos Técnicos, com responsabilização e o apetite aos desafios assumidos para fazer suas entregas, com domínio das fases de planejamento e controle, além de atividade criativa para trazer soluções que a Administração precisa e que o ferramental não provê, além do domínio do arcabouço normativo e o entendimento da sua necessidade de alteração e modernização, sendo tudo isso insubstituível por simples ferramentas de automação e I.A.
Desde sua criação, a Associação Nacional enfatiza a luta pelo reconhecimento e valorização dos Técnicos do Judiciário e MPU, servidores que executam as mesmas funções – e por que não dizer, até mais – que Analistas.
Ainda mais sendo uma carreira que passou por recente mudança de requisito de investidura para Nível Superior, os Técnicos, tanto do PJU como do Ministério Público, buscam aprimorar os conhecimentos, sendo servidores altamente qualificados, em sua maioria, com graduação, pós graduação e cursos de aperfeiçoamento.
A ANATECJUS não apenas repudia a manifestação da Procuradora, mas, exige a retratação pública da vice-presidente da AMPF. É lamentável que uma dirigente de entidade de classe utilize de um púlpito para desqualificar qualquer segmento ou classe trabalhadora.
Somos Técnicos e merecemos respeito e valorização pelo trabalho que exercemos!
Da assessoria de imprensa, Caroline P. Colombo com a diretoria da ANATECJUS