O 12º Congresso Nacional da Fenajufe (CONGREJUFE), instância máxima de deliberação da Federação que representa servidores do Poder Judiciário da União (PJU) e do Ministério Público da União (MPU) de todo o país, foi realizado entre os dias 26 de abril e 1º de maio de 2025, na cidade de Foz do Iguaçu, Paraná. O evento, que reuniu centenas de delegados e observadores, culminou na aprovação de um plano de lutas, incluindo a deflagração de uma greve nacional pelo Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS), em importantes reformas estatutárias com foco na paridade de gênero e racial, e na eleição da nova Direção Nacional e Conselho Fiscal para o triênio 2025-2028. Sob o lema da unidade e da luta pela valorização da carreira e por justiça social, o congresso se configurou como um momento crucial para o futuro da categoria.
I. CONGREJUFE 2025: Unidade e Luta em Foco na Instância Máxima da Fenajufe
A. Abertura Solene e o Mote Central
A abertura oficial do 12º CONGREJUFE ocorreu na manhã de sábado, 26 de abril de 2025, com o credenciamento das delegações e uma atmosfera de expectativa e engajamento. O tema central do congresso, “Do encontro das águas à força das cataratas: unidade, carreira e justiça social: pela valorização da categoria e essencialidade das servidoras e servidores, braços fortes do PJU e MPU, que tornam o acesso à justiça um direito de todas e todos”, buscou inspirar os participantes, com foco do evento: a coesão interna e a luta externa por direitos e reconhecimento.
A solenidade de abertura foi enriquecida com apresentações culturais que valorizaram a diversidade regional, como a do grupo folclórico paraguaio “Danza de la botella” e do “Elenco Artístico Municipal da Ciudad del Leste”, que trouxe música, dança e tradições locais. A forte presença de delegações de base, como a dos Sindicatos de Minas (Sitraemg), que compareceu com 108 filiados entre delegados e observadores, o Sindicato do Rio de Janeiro (Sisejufe), que compareceu com 71 participantes entre delegados, observadores e assessores, e o Sindicato de São Paulo (Sintrajud) que levou 67 filiados, demonstrou o alto nível de mobilização e a importância atribuída ao congresso pelos sindicatos filiados.
B. Primeiros Dias: Debates de Conjuntura Nacional e Internacional
Os trabalhos do primeiro dia foram marcados por um painel de conjuntura nacional e internacional sob o tema “as correntes que moldam o mundo na luta da categoria”. Este debate contou com a participação de Jandyra Uehara, secretária nacional de políticas sociais e direitos humanos da Central Única dos Trabalhadores (CUT); Rogério Ferreira Lustosa, professor de sociologia da Universidade Federal da Bahia; e Eugênio Pasqualini, chefe de gabinete do deputado Patrus Ananias (PT-MG). As discussões visaram contextualizar as lutas específicas da categoria dentro de um panorama sociopolítico e econômico mais amplo, destacando o papel crucial dos servidores públicos na garantia dos direitos da classe trabalhadora e os desafios impostos por um “Estado burguês” e um cenário global de crescente imprevisibilidade.
Desde o início, pontos nevrálgicos para a categoria foram postos em debate. A coordenadora Paula Meniconi, por exemplo, conclamou à união contra o que denominou “sequestro do orçamento do judiciário pela magistratura”, enquanto o coordenador Paulo José defendeu a imprescindibilidade da atuação política sindical constante no Congresso Nacional. Essa articulação precoce de queixas centrais e direcionamentos estratégicos sinalizou um tom combativo e proativo para o congresso, indicando uma liderança focada em direcionar as energias do evento para frentes específicas de batalha, tanto internas, como a disputa orçamentária, quanto externas, como o engajamento político.
C. Balanço da Gestão (11ª Diretoria Executiva): Conquistas e Desafios Remanescentes

O segundo dia do CONGREJUFE, 27 de abril, foi dedicado, em grande parte, à apresentação e avaliação do balanço da gestão da 11ª Diretoria Executiva da Fenajufe.4 Coordenadores como Lucena Pacheco, Sandra Dias, Fabiano Santos, Paulo José e Soraia Garcia subiram à tribuna para detalhar as ações e os resultados do mandato que se encerrava. Entre as principais conquistas elencadas, destacaram-se a recomposição salarial de 19%, a histórica aprovação do Nível Superior (NS) para os técnicos judiciários, a manutenção da Gratificação de Atividade Externa (GAE) e da Vantagem Pessoal Nominalmente Identificada (VPNI), a não absorção dos “quintos”, o reajuste dos benefícios acima da inflação e o protocolo do projeto de reestruturação salarial (PCCS) junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Outro ponto celebrado foi a alteração estatutária que estabeleceu a paridade de gênero na composição da diretoria, considerada um avanço na representatividade.
A apresentação contou ainda com as perspectivas das assessorias jurídica (Cezar Britto Advocacia), parlamentar (Consillium) e técnicas (Vera Miranda, Vladimir Nepomuceno, Alexandre Marques), que detalharam a atuação da federação nos âmbitos do Executivo, Legislativo e Judiciário.4 Uma crítica recorrente durante os debates foi a da “usurpação” do orçamento do Judiciário pela magistratura, tema que gerou discussões acaloradas na plenária.
Apesar da celebração das vitórias, vozes de dentro da própria gestão, como a do coordenador Fabiano Santos, apontaram para a necessidade de “avançar para além do ambiente institucional”, defendendo a intensificação da mobilização nas bases. Essa ponderação, vinda de um membro da diretoria cessante, sugeriu um reconhecimento de que a próxima fase de lutas, especialmente pela aprovação e implementação do PCCS, demandaria uma estratégia de mobilização popular mais robusta do que as que foram suficientes para as conquistas anteriores, muitas delas fruto de negociações institucionais.
II. Vozes da Categoria: Debates sobre Opressões, Organização Sindical e o Caminho Adiante

A. “Quebrando Barreiras e Alargando Caminhos”: Mesas de Opressões e a Luta por Igualdade e Dignidade
Um dos momentos de maior impacto emocional e reflexão do 12º CONGREJUFE ocorreu na noite de domingo, 27 de abril, com a realização do painel “Quebrando Barreiras e Alargando Caminhos: Enfrentamento às Opressões e Construção de Políticas Permanentes”. As mesas de debate abordaram temas cruciais como racismo, questões LGBTQIA+, direitos das pessoas com deficiência (PCDs), saúde mental dos trabalhadores e a situação dos aposentados e pensionistas.
No debate sobre racismo, a vereadora Luana Alves, a ativista Ana Paula Oliveira (cofundadora do movimento Mães de Manguinhos) e a advogada Camila Marques expuseram a chaga do racismo estrutural na sociedade brasileira e sua infiltração no sistema de justiça. O depoimento de Ana Paula Oliveira, que compartilhou a dor da perda de seu filho assassinado pela polícia e sua transformação em luta, comoveu profundamente a plateia. Luna Leite, diretora executiva da Antrajus, trouxe a perspectiva LGBTQIA+, defendendo a necessidade de “expansão” de direitos e espaços para pessoas trans, que ainda enfrentam insegurança e desrespeito no sistema de justiça.6 André Coelho, presidente da Comissão de Direitos das Pessoas com Deficiência da ABA Sudeste, criticou a falta de acessibilidade e as falhas nas avaliações de deficiência por órgãos públicos. Leonardo Pinho, vice-presidente da Associação Brasileira de Saúde Mental, alertou para o alarmante aumento de afastamentos por transtornos mentais, vinculando-o às reformas trabalhista e previdenciária.6 Por fim, Edison Haubert, presidente do Mosap, denunciou a cobrança previdenciária de aposentados e pensionistas como uma “injustiça” singular no Brasil, defendendo a aprovação da PEC 6/2024.6 Uma homenagem à jornalista da Fenajufe, Joana D’Arc, mulher negra com décadas de dedicação à Federação, também marcou o painel.
A profundidade e a emoção desses debates, que culminaram em deliberações por mudanças estatutárias significativas, como será detalhado adiante, demonstraram um movimento consciente da Fenajufe para internalizar as pautas de combate às opressões como um eixo central de sua atuação. Não se tratou apenas de um espaço para desabafo, mas de um passo fundamental para que a luta por igualdade e dignidade se tornasse parte integrante e estrutural da política sindical da entidade.
B. Perspectivas e Desafios da Organização Sindical no Cenário Atual

O congresso também se debruçou sobre o futuro do movimento sindical em painéis como “Fortalecendo as Margens do Rio: Organização Sindical para Avançar na Luta” e discussões sobre o “Mundo do trabalho e unidade dos trabalhadores e das Trabalhadoras”. A professora e pesquisadora Marilane Teixeira, da Unicamp, destacou o papel estratégico e insubstituível dos sindicatos como “a única arma potencial para frear a apropriação desordenada da riqueza pelo capital”. Contudo, alertou para as profundas transformações no mundo do trabalho, especialmente entre os jovens e o avanço da precarização, que exigem uma adaptação e modernização das práticas sindicais.
Representantes de diversas centrais sindicais, como Ana Paula Cusinato (CUT-DF), João Paulo e Rodrigo Rodrigues (CTB), e Fabiano dos Santos e Paulo Barela (CSP-Conlutas), convergiram na avaliação da necessidade de “reinvenção” da organização sindical, na luta pelo reconhecimento do servidor público como trabalhador, pela regulamentação da Convenção 151 da OIT (que trata da negociação coletiva no setor público) e no enfrentamento determinado à precarização e plataformização do trabalho. A dimensão internacional também foi contemplada, com a participação de sindicalistas da Argentina e do Uruguai e a proposta de construção de uma pauta unificada de lutas regionais.
Esses debates revelaram uma lúcida consciência por parte das lideranças sindicais e dos acadêmicos presentes sobre os desafios existenciais que se impõem ao sindicalismo tradicional diante das novas dinâmicas laborais, ao desengajamento de setores da juventude e à ofensiva do capital sobre os direitos. O chamado à “reinvenção” e a busca por intercâmbio de experiências, inclusive internacionais, sinalizaram uma busca proativa por novas estratégias para assegurar a relevância e a força do movimento sindical no século XXI.
III. Deliberações Fundamentais: Pautas Aprovadas e o Futuro da Categoria
A. Aprovação de Contas e do Regimento Interno e Eleitoral
Em momentos cruciais para a organização e transparência do congresso, os delegados aprovaram documentos basilares. Na manhã do segundo dia, 27 de abril, foi lido e aprovado o regimento interno do 12º CONGREJUFE, sob a condução de Fernanda Lauria.5 No terceiro dia, 28 de abril, o Regimento Eleitoral, que normatizaria a escolha da nova direção, foi aprovado por ampla maioria, com a Comissão Eleitoral eleita apreciando os destaques em seguida.
Coroando o compromisso com a responsabilidade fiscal, no quarto dia de trabalhos, 29 e 30 de abril, o plenário aprovou por unanimidade as contas da Fenajufe referentes ao triênio de abril de 2022 a março de 2025. A apresentação foi feita pela coordenadora-geral Lucena Pacheco Martins, e o parecer favorável do Conselho Fiscal atestou a regularidade e a adequação das demonstrações contábeis e financeiras da entidade. Esta aprovação unânime refletiu a confiança da base na gestão financeira da federação.
B. Alterações Estatutárias Históricas e Fortalecimento da Fenajufe
Um dos pontos altos do 12º CONGREJUFE foi a extensa e intensa discussão sobre as propostas de alteração do estatuto da Fenajufe, ocorrida no quarto dia, sob o tema “Moldando o leito do rio: alterações estatutárias e fortalecimento da Fenajufe”. As deliberações, que se estenderam até tarde da noite, resultaram em mudanças históricas para a entidade.
Entre as alterações mais significativas aprovadas, destacam-se:
- Paridade de Gênero e Cotas Raciais: Estabelecimento de uma composição mínima de paridade de gênero e 30% de pessoas negras, indígenas e/ou quilombolas em todas as instâncias da Federação, incluindo a diretoria executiva. Esta foi uma decisão considerada um marco.
- Representação LGBTQIAPN+ e PCD: Definição de que, sempre que possível, as representações proporcionais também deverão ter uma composição mínima de 10% de pessoas LGBTQIAPN+, sobretudo pessoas trans e/ou travestis, e 10% de pessoas com deficiência.
- Linguagem Inclusiva: Aprovação da flexão de gênero em todo o texto do estatuto da Fenajufe.
- Observadores Natos: Membros do Conselho Fiscal passarão a ter a condição de observadores(as) natos(as) no Congrejufe.
- Nova Coordenação: Criação da coordenação de Seguridade Social, que integrará a diretoria executiva da Fenajufe.
A aprovação do texto sobre paridade e cotas, apresentado pelo Coletivo Nacional da Fenajufe de Pretas e Pretos, foi celebrada como um momento histórico. Essas alterações estatutárias, especialmente as que instituíram a paridade de gênero e as cotas raciais, representaram a tradução concreta dos debates sobre o combate às opressões em políticas organizacionais vinculantes. Foi um passo decisivo para a mudança estrutural dentro da própria Fenajufe, com potencial para torná-la uma referência no movimento sindical brasileiro ao formalizar e institucionalizar a inclusão e a diversidade em seus mais altos níveis de governança, indo muito além de gestos simbólicos e alterando o “documento máximo que orienta a estrutura, os princípios e o funcionamento da entidade”.
Merece destaque também para apresentação de uma proposta de um membro da força hegemônica (Democracia e Luta) de alterar o estatuto para suprimir o artigo que permitia uma única reeleição seguida para dirigentes, tendo sido retirada após pressão das forças de oposição.
C. Plano de Lutas Aprovado: Unanimidade pela Greve do PCCS e Calendário de Mobilização Nacional

A principal deliberação do 12º CONGREJUFE no que tange à estratégia de luta da categoria foi a aprovação unânime de uma agenda de mobilizações que culminará em uma greve nacional pelo Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS). Esta decisão, considerada histórica, visa pressionar o governo e o judiciário pela inclusão dos recursos necessários para o PCCS na Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2026. A unidade demonstrada em torno desta pauta central foi um dos destaques do congresso.
Para organizar a mobilização, foi aprovado o seguinte calendário nacional:
Calendário de Mobilização Nacional Aprovado no 12º CONGREJUFE
Data / Ação
7 de maio – Mobilização Nacional em Defesa da Competência da Justiça do Trabalho.
23 de maio – Pressão no CSJT contra diferenciação no custeio da saúde entre magistratura e servidores (isonomia).
28 de maio – Dia Nacional de paralisação e mobilização nos estados.
7 de junho – Reunião do Conselho Deliberativo de Entidades (CDE) para avaliação da mobilização.
9 a 13 de junho – Rodada nacional de assembleias nos estados.
30 de junho a 4 de julho – Indicativo de Greve Nacional pelo PCCS.
Além da luta pelo PCCS, o plano de lutas engloba outras reivindicações importantes, como a reposição das perdas salariais, a sobreposição de tabelas salariais, a diminuição da diferença salarial entre os cargos de analista e técnico (buscando uma relação de 85%), e o respeito aos direitos dos servidores ativos e aposentados. A Fenajufe também manifestou críticas à demora do STF em apresentar uma contraproposta para mitigar as perdas salariais da categoria. Diversos agrupamentos políticos presentes no congresso, incluindo o Coletivo Luta Fenajufe, manifestaram seu compromisso com a construção da greve.
A aprovação unânime da greve, acompanhada de um calendário detalhado, representa uma aposta ousada da categoria. O êxito desta empreitada dependerá crucialmente da capacidade da nova direção da Fenajufe em converter o mandato congressual em ação efetiva e generalizada nas bases. Será um teste para a renovada disposição de luta da entidade e sua coesão interna, especialmente considerando as diferentes visões estratégicas que, embora unidas no voto pela greve, podem divergir quanto às táticas de mobilização. A efetivação da greve será, portanto, um termômetro da força e unidade reconquistadas pela Fenajufe.
D. Pautas de Reivindicações Suprimidas para Análise em Comissões
No âmbito do 12º CONGREJUFE, grande parte das pautas de reivindicações, relacionadas às atribuições dos cargos e à política remuneratória da categoria, foram suprimidas da deliberação plenária. Atendendo a uma proposta da mesa diretora, aprovada pela hegemonia do grupo político Democracia e Luta, optou-se por encaminhar esses temas para análise detalhada em comissões específicas. Esta abordagem visa fomentar a construção de propostas consensuais e unificadas pelos servidores, para posterior apresentação e votação na XXV Plenária Nacional da Fenajufe, que será realizada em Belo Horizonte/MG no ano de 2026. A metodologia de Grupos de Trabalho (GTs), utilizada durante o congresso para debater temas complexos, poderá orientar os futuros trabalhos dessas comissões.
No entanto, houve resistência a essa proposição por diversos servidores, com destaque para o Grupo Unidos por Justiça, formado por servidores e servidoras de Minas Gerais, bem como servidores dos demais grupos Políticos e sindicais presentes.
Outras propostas aprovadas incluíram resoluções em defesa do oficialato de justiça, como a busca por isenção de IPI na aquisição de automóveis e isenção de estacionamento para realização de diligências.
IV. A Escolha da Nova Liderança: Eleição da Diretoria Executiva e Conselho Fiscal (Triênio 2025-2028)
A. Inscrição e Apresentação das Chapas Concorrentes
A renovação da direção da Fenajufe foi um dos momentos centrais do congresso. Cinco chapas se inscreveram para disputar os cargos na Diretoria Executiva: Chapa 1 – Unidos por Justiça; Chapa 2 – Analistas por Voz; Chapa 3 – Democracia e Luta; Chapa 4 – Frente Ampla pela Base; e Chapa 5 – Luta Fenajufe. O Sisejufe, um dos maiores sindicatos de base, marcou presença significativa na Chapa 3 “Democracia e Luta”, com sete de seus diretores integrando a nominata. As chapas tiveram a oportunidade de apresentar suas propostas ao plenário.
B. O Processo Eleitoral e a Comissão Eleitoral
Para conduzir o processo eleitoral com lisura, foi eleita uma Comissão Eleitoral no segundo dia do evento, 27 de abril. A disputa pela composição desta comissão já antecipava, de certa forma, as correlações de força no congresso: a chapa “Democracia e luta” obteve 234 votos, elegendo quatro titulares e um suplente, enquanto a chapa “Unidos por justiça” recebeu 75 votos, garantindo um titular e um suplente. A Comissão Eleitoral aprovada foi composta pelos titulares Marcelo Amorim, Marcos Paiva, Leonardo Couto Chery, Roney Marcelino e Cleber Gesiel Alves da Silva, e pelos suplentes José Carlos Alancardete dos Santos e Maria do Rosário Silva.
C. Resultados da Votação e a Composição da 12ª Diretoria da Fenajufe

A votação para a nova diretoria executiva e conselho fiscal ocorreu no dia 30 de abril. A apuração dos votos revelou a preferência dos delegados e delegadas presentes. A Chapa 3 – “Democracia e Luta” sagrou-se a grande vencedora, obtendo 226 votos, uma margem expressiva que superou a soma dos votos de todas as outras chapas concorrentes.
- CHAPA 3 – Democracia e Luta: 226 votos, elegeu 10 coordenadores titulares e 4 suplentes.
- CHAPA 5 – Luta Fenajufe: 69 votos, elegeu 3 titulares e 1 suplente.
- CHAPA 4 – Frente Ampla Pela Base: 53 votos, elegeu 2 titulares e 1 suplente.
- CHAPA 1 – Unidos por Justiça: 30 votos, elegeu 1 titular e 1 suplente.
- CHAPA 2 – Analistas por Voz: 26 votos, elegeu 1 titular.
A 12ª Diretoria Executiva e o Conselho Fiscal da Fenajufe, empossados em 1º de maio para o triênio 2025-2028, refletem a votação, mas também a representação de diferentes forças políticas da categoria.
Composição da 12ª Diretoria Executiva e Conselho Fiscal da Fenajufe (Triênio 2025-2028):
Titulares
- Soraia Marca
- Edson Mouta
- Fernanda Lauria
- Fabio Antônio Texeira Saboia
- Arlene da Silva Barcellos
- Sandra Cristina Dias
- Fernanda Guimarães Lauria
- Juliana Santana Rick
- Jose Aristeia Pereira
- Julio Cesar Daru
- Eusa Maria de Oliveira Fernandes
- Denise Marcia de Andrade Carneiro
- Luciana Martins Carneiro
- Paulo Sergio da Silva Falcão
- Alexandre Magnus Melo Martins
- Márcia Divina Bueno Rosa
- Eliana Leocádia Borges
- Fernando Soares Guetti
Suplentes
- Manoel Gérson Bezerra de Souza
- Maria José Olegário
- Paula Drumond Meniconi
- Samanta Pinheiro Gazelli
- David Ernesto Landau Rubbo
- Kelma Lara Costa Rabelo Lima
- Nélia Vânia Rodrigues de Matos
Conselho Fiscal:
Titulares
- Lysa Lobo Junqueira
- Monica Genu Soares
- Luiz Claudio dos Santos Correia
Suplentes
- Lauro Vilmar Garcia Costa
- Ari Antonio Heck
- Domingos Sávio Barbosa Dias
A composição da nova diretoria, embora com uma vitória expressiva da Chapa 3, também contemplou membros de outras chapas importantes, como a Frente Ampla pela Base e a Luta Fenajufe. Isso sugere um sistema de representação proporcional ou um movimento estratégico para construir uma liderança mais ampla e inclusiva. Tal diversidade pode fortalecer a aceitação das decisões e promover um debate interno mais rico, mas também poderá implicar negociações mais complexas na condução da entidade. A capacidade da nova gestão em administrar esse pluralismo interno será determinante para seu sucesso.
V. Reafirmação do Projeto Coletivo e Agradecimentos Finais
A. Mensagem de Unidade e os Próximos Passos para o PJU e MPU
O 12º CONGREJUFE encerrou-se reafirmando o projeto coletivo dos trabalhadores e trabalhadoras do PJU e MPU, com a unidade da categoria como mensagem central. A nova diretoria empossada assume com o desafio de implementar o ambicioso plano de lutas aprovado, com destaque para a organização da greve nacional pelo PCCS, que exigirá grande capacidade de mobilização e articulação. Como deliberação final, o estado de Minas Gerais foi escolhido para sediar a XXV Plenária Nacional da Fenajufe em 2026, dando continuidade ao ciclo de debates e deliberações da categoria.
B. Reconhecimento Especial: A Participação da ANATECJUS na Defesa da Carreira
Por fim, registra-se que vários associados da ANATECJUS – Associação Nacional dos Técnicos do PJU/MPU, de diversos Estados, estiveram, por seus sindicatos, presentes ao 12º CONGREJUFE para defender e apoiar propostas de defesa da carreira.
Todos, com ideais de defesa da categoria, resguardaram as premissas básicas do anteprojeto aprovado em Belém do Pará, em 2023, muito embora não tenha havido deliberação sobre diversas pautas de reivindicação e plano de lutas que sugeriam ou pequenos ajustes ou grandes mudanças do anteprojeto já encaminhado ao STF e discutido no âmbito do Fórum de Carreiras do CNJ.
Na ocasião narrada no subtópico D, do tópico III, quando da supressão das propostas da pauta de reivindicação, o Grupo Unidos por Justiça reivindicou o destaque de proposta realizada pela Técnica Judiciária aposentada, associada da ANATECJUS, Rosimare Alves R. Petitjean, para ajustar às atribuições do cargo de Técnico Judiciário com previsão de serviço de “alta complexidade”. Sua proposta era semelhante a de Thiago Capistrano, Presidente da ANATECJUS, e da servidora Eliana Leocádia Borges, Técnica Judiciária aposentada, que ainda descrevia o pequeno acréscimo no dispositivo que define as atribuições do cargo na Lei nº 11.416/2006.

Juntando-se às defesas realizadas à proposta da Rosimare, em sua fala, Thiago Capistrano tentou apelar aos colegas Técnicos e demais servidores presentes para reconsiderarem a decisão pois a proposta tinha o sentido de dar reconhecimento à mudança da exigência para investidura no cargo para Nível Superior (NS), consumando com uma crítica qualquer tentativa de criar alguma hierarquia entre os cargos, haja vista que os servidores Técnicos realizam os mesmos afazeres e recebem as mesmas exigências que os demais servidores Analistas.
Mas o poder político do grupo hegemônico foi superior à tentativa de colocar em deliberação as propostas, que serão tratadas a partir de grupos de trabalhos para apresentação em evento posterior.
Já acerca da composição da nova coordenação da Fenajufe, a análise de Thiago Capistrano é a de que foi uma eleição marcada por vitórias importantes de servidores simpáticos a redução das assimetrias entre os cargos, tanto de Técnicos como de Analistas, o que representa uma luz na luta pelo fim do abismo remuneratório e discriminação do cargo de Técnico Judiciário.
Em resumo, o 12º Congrejufe foi um evento de grande importância deliberativa, marcado pela eleição da nova diretoria, aprovação de alterações estatutárias significativas, definição de um calendário de lutas com indicativo de greve nacional e debates sobre temas cruciais para a categoria e a sociedade, como opressões e solidariedade internacional. O tema da unidade esteve presente em diversas falas e momentos simbólicos, como a carta de intenção de unificação de sindicatos do Paraná (Sinjuspar e Sinjustra) e a celebração dos 30 anos da unificação Fenajufe/Fenastra.
Por fim, fica registrado um singelo agradecimento pela participação e empenho dos valorosos colegas associados da Anatecjus. A presença e atuação de associações de carreira como a Anatecjus são fundamentais para incentivar os servidores, enriquecer os debates e o fortalecimento da luta por pautas específicas dentro do projeto mais amplo da categoria.
Fontes:
Fenajufe (www.fenajufe.org.br)
Sisejufe (www.sisejufe.org.br)
Sintrajud (www.sintrajud.org.br)
Sinjuspar (www.sinjuspar.org.br)
Sitraemg (www.sitraemg.org.br)